As principais arvorem do cerrado

A Academia Brasileira de Ciências (ABC) e a Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC) enviaram uma carta aos ministérios de Meio Ambiente, Agricultura e Ciência e Tecnologia no ano  2017, que foi publicada na íntegra pelo jornal O Estado de São Paulo. No documento, é destacado que o Cerrado é a savana com maior diversidade de espécies do mundo, mas também é a mais ameaçada pelas atividades humanas. A carta ressalta a importância urgente de conservar esse bioma.

árvores do cerrado

Os cientistas alertaram que quase metade da vegetação do Cerrado foi eliminada e a sobrevivência deste bioma está ameaçada em curto prazo. É crucial compartilhar informações para que mais pessoas compreendam a importância deste bioma, entender o que pode ser encontrado em suas características vegetais e os benefícios ambientais que o Cerrado fornece. Como destaca uma famosa frase sobre conservação, “só se protege o que se ama e só se ama o que se conhece”.

O Cerrado apresenta uma flora rica em espécies.  Foram encontradas 533 espécies arbóreas em 98 localidades do Cerrado distribuídas pelo Brasil. Dessas espécies, apenas 25 possuem ampla distribuição e ocorrem em pelo menos 50% das 98 localidades, o que as torna potenciais indicadoras do Cerrado Brasileiro e devem ser facilmente identificadas para uma tipificação adequada do bioma.

Neste artigo, vamos apresentar algumas  espécies de plantas de ampla distribuição que são exclusivas do Cerrado, além de compartilhar algumas curiosidades sobre onde elas podem ser encontradas, como reconhecê-las e suas possíveis aplicações.

Aspidosperma tomentosum (peroba-do-cerrado)

A espécie “Peroba-do-Cerrado” recebe esse nome (Aspidosperma) devido à sua semente distinta, que é protegida por algo semelhante a um escudo. Essa árvore é altamente utilizada, pois quase todas as suas partes são aproveitadas. As sementes e os frutos são usados na produção de artesanato, a madeira é empregada na fabricação de móveis e peças de decoração, a casca é utilizada na produção de cortiça, e a árvore como um todo apresenta um grande potencial paisagístico e na recuperação de áreas degradadas. A Peroba-do-Cerrado adapta-se bem a diferentes tipos de solo.

Para identificá-la, é necessário observar algumas características, como o tronco, que pode ter até 26 cm de diâmetro, apresenta coloração amarelada e fissuras. As folhas são simples, alternadas e formam grupos no final dos ramos.

Byrsonima intermedia 

A árvore conhecida como Cajuzinho do Cerrado, ou também como murici-mirim (do tupi-guarani, que significa “árvore pequena”), pode ser encontrada desde o Campo-Cerrado até mesmo em quintais, para uso na ornamentação e consumo. Essa árvore é altamente adaptada a mudanças climáticas, sendo a primeira a rebrotar quando o habitat é queimado. Trata-se de uma planta de crescimento rápido que produz frutos de janeiro a junho, os quais podem ser consumidos in natura ou processados para produção de doces ou sorvetes.

Como o próprio nome sugere, essa espécie tem uma altura que varia de 1 a 2,5 metros. Suas folhas são simples e opostas. Uma característica diagnóstica importante para reconhecê-la é observar as estípulas intrapeciolares durante o reconhecimento vegetativo do gênero.

Caryocar brasiliense

O pequi, como é popularmente conhecido, é amplamente utilizado na culinária sertaneja, podendo ser consumido na forma de azeite, cozido ou misturado com arroz. Além disso, sua madeira é empregada na construção civil e naval. Em homenagem a essa árvore, há uma cidade com o nome de Pequizeiro, no estado do Tocantins.

A árvore do pequi é caracterizada por um tronco tortuoso e grosso, casca rachada e madeira pesada, porém macia e durável, podendo atingir até 10 metros de altura. Suas folhas são compostas por três folíolos e posicionadas de maneira oposta (Foto 13). Na parte inferior das folhas, existem nervuras proeminentes e densamente pilosas. Essa espécie é encontrada tanto em Cerrados degradados quanto em Cerrados bem conservados, ocorrendo desde os Campos-Cerrados até o Cerrado stricto-senso.

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